O carro ia em velocidade constante. A paisagem noturna passava rapidamente pela janela.
- Mamãe! Lá é o cemitério?
- Não, meu filho. É uma igreja.
O carro continuava. Passou pela Igreja. E foi.
- Mamãe! Lá é o cemitério?
- Não, meu filho. Lá é uma escola.
O carro mantinha a sua velocidade. Deixou a escola para trás. E prosseguiu.
- Mamãe. Lá é o cemitério?
- Não, meu filho. É uma empresa.
O carro não parava. Passou pela empresa e continuou em direção a seu destino.
- Mamãe. Ali é o cemitério?
- Sim, meu filho. Ali é. Volte para o seu caixãozinho que o carro já vai parar...
-Por favor, não, mamãe... A senhora vai me deixar aqui... Não, mamãe...
-Acalme-se, meu filho. Você terá de ficar, mas mamãe promete que não vai esquecer de mandar flores e acender uma velinha para você todos os anos!
Texto: Osmar Batista Leal